Diante da crise econômica, 60,1% das empresas do setor de transporte registraram queda em suas receitas brutas em 2016, informou nesta segunda-feira (28) a sondagem da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento também apontou que 58,8% das companhias do setor reduziram o número total de viagens neste ano.
Os dados fazem parte da Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016, levantamento que mostra o cenário do setor de transportes rodoviários. A pesquisa, que ouviu 795 empresas de transporte de todo Brasil, mostra um cenário moderado de otimismo dos empresários do segmento rodoviário para 2017.
Ainda de acordo com a sondagem, 74,6% das empresas informaram aumento dos custos operacional.
“A expectativa dos transportadores entrevistados na Sondagem 2015 era de que houvesse manutenção dos já baixos níveis de receita bruta (44,2%), do número de viagens (50,2%) e da quantidade de cargas e passageiros (44,3%) em 2016. Contudo, os resultados da Sondagem 2016 revelam que essas expectativas foram frustradas, e o setor registrou redução em todas essas variáveis”, diz trecho da pesquisa.
Segundo o levantamento, 90,7% dos entrevistados consideram que a crise política afetou negativamente o transporte e 37,4% das empresas reduziram o número de veículos em operação.
A CNT ressaltou que, de dezembro de 2015 a setembro de 2016, foram demitidos 52.444 trabalhadores no setor de transportes.
Para 2017, 47,7% dos empresários esperam aumentar a receita bruta e 48,8% confiam que haverá melhor desempenho da atividade econômica.
Otimismo
A sondagem também apontou que 53,5% dos transportadores afirmaram que a confiança na gestão econômica aumentou. Em 2015, 86% dos entrevistados apontaram queda na confiança da gestão econômica.
Para 49,3% dos empresários, a retomada do crescimento só será percebida em 2018. Já 23,6% acreditam que a retomada será percebida no próximo ano.
Embora 61% dos entrevistados destaquem que seu atual grau de confiança é moderado, o cenário identificado pelo levantamento é melhor do que o registrado em 2015. No ano passado, 86% dos entrevistados afirmaram que tinham um baixo grau de confiança.
A pesquisa ouviu ainda os entrevistados sobre a participação de investidores estrangeiros nas novas concessões anunciadas pelo governo e 83,5% dos transportadores apoia a entrada de estrangeiros nos investimentos.