O Seguro Dpvat divulgou à imprensa no último dia 24 de julho, Dia do Motorista, que em 2018, 12 mil indenizações foram pagas às vítimas de aciden­tes envolvendo caminhões, sendo que mais de três mil foram pagas em decorrência de falecimento de vítimas

O Seguro Dpvat divulgou à imprensa no último dia 24 de julho, Dia do Motorista, que em 2018, 12 mil indenizações foram pagas às vítimas de aciden­tes envolvendo caminhões, sendo que mais de três mil foram pagas em decorrência de falecimento de vítimas. Deste nú­mero, mais de 1.600 delas foram pagas para familiares de ca­minhoneiros que foram vítimas fatais destes acidentes.

O levantamento mostrou ainda que os “motoristas de ca­minhão corresponderam a 13,2% das 16.568 mortes compu­tadas no período de 2007 e 2016, pelo Ministério da Saúde. Outros 1.928 (42%) ficaram com algum tipo de invalidez per­manente”. O Paraná ficou em terceiro lugar no ranking que re­gistra o número de pagamentos de indenizações, com 1.087, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo. Rio Grande do Sul e Santa Catarina vêm logo em seguida do Paraná, e a justificativa é que as rodovias do Sul têm malhas importantes, mas acima de tudo, são malhas com muito volume de tráfego de caminhões e trechos com curvas muito fechadas, difíceis para caminhões carregados.

A Folha de Campo Largo conversou com o policial rodo­viário federal Fernando Oliveira, que contou que desde 2014 a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza a Operação Serra Segura – realizada inclusive em São Luiz do Purunã – e em todos esses anos de atuação, de 25 a 30% dos caminhões parados para uma revisão apresentaram algum problema li­gado a condições de pneus, suspensão e tacógrafo. Mais de 10 mil veículos passaram pela inspeção e 5.600, aproxima­damente, foram multados. A operação é diferenciada, e não é realizada diariamente, já que conta com a participação da PRF, das concessionárias e mecânicos, como apoio técnico.

“A grande maioria dos casos são por falhas humanas, e mesmo quando a justificativa é falha mecânica precisa ser ava­liado, se dentro desta falha não há falta de manutenção e des­gastes de peças dos veículos. Podemos elencar também como causas de acidentes a falta de atenção, excesso de velocidade, desobediência à sinalização, falha mecânica, não manter dis­tância segura, ultrapassagem indevida, defeito na via e sono”, diz o policial. A PRF divulgou que “57% das mortes registra­das (3.034 do total de 5.269), no ano passado, nas estradas e rodovias brasileiras, foram causadas por ocorrências com ca­minhões”, sendo a maioria delas causadas por falha humana.

Segundo ele, a grande maioria dos acidentes envolven­do caminhões, especialmente tombamentos, estão ligados a falta de uso do freio motor e superaquecimento do sistema. Fernando explica ainda que há muitos casos em que o cami­nhoneiro detecta o problema em determinado eixo, às vezes mais de um, e realiza o isolamento, porém sem parar em pos­tos de serviço para realizar a manutenção emergencial, se­guindo viagem. “Isso não é recomendado de forma alguma, pois esse isolamento acaba causando uma sobrecarga nos eixos que estão em uso, causando instabilidade na direção e também dificilmente conseguirá segurar todo o peso caso ne­cessite realizar alguma frenagem”, explica.

O excesso de peso nos caminhões também é visualiza­do com frequência pela PRF. Além de danificar o asfalto, o excesso de peso para determinado caminhão poderá gerar congestionamento em subidas, acidentes graves e também tombar, já que fica totalmente instável.

A maioria dos acidentes que resultam em morte acon­tecem também pela falta do uso do cinto de segurança, tan­to em caminhões, como ônibus. O policial alerta que durante a viagem, todas as pessoas que estiverem sendo transporta­das devem estar sentadas, usando o cinto e jamais dormin­do na cabine.

“Recentemente, em uma cidade próxima, atendemos uma situação de um acidente em que o motorista do ca­minhão, que usava o cinto, sofreu poucas escoriações, en­quanto sua esposa, que estava de cinto, provavelmente de dois pontos, mas deitada no banco e dormindo, acabou sen­do ejetada e morreu na hora. Caminhões não são projetados para levarem crianças, por isso, deve-se ter muita atenção ao transportá-las neste veículo”, alerta.

Para evitar que acidentes aconteçam, caminhoneiros devem realizar constante revisão veicular, troca e rodízio de pneus, respeitar o peso suportado pelo caminhão segundo manual de fábrica. O profissional deve também estar des­cansado para dirigir, realizando suas jornadas de trabalho de acordo com a legislação, além de respeitar as normas de trânsito e praticar direção defensiva.

Veículo de grande porte x pedestre

Dentro dos dados revelados pelo Seguro Dpvat, também estavam os acidentes envolvendo veículos de grande porte e pedestres. “Os veículos pesados foram responsáveis por 5.052 pagamentos do Seguro Dpvat a pessoas que se deslo­cavam a pé. Destes, mais de 1.600 foram por morte e 2.726 receberam o benefício por invalidez permanente. Já os pas­sageiros de caminhões somaram 2.356 indenizações (1.219 por invalidez permanente, 680