A BHtrans já mapeou todos os postos de combustível ao longo do Anel Rodoviário, e de rodovias próximas, para saber onde veículos de carga poderão ficar parados com a restrição de horários de circulação para caminhões e carretas. A medida foi anunciada na segunda-feira pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), que criou o Plano de Emergência Aliança Pela Vida, para reduzir os acidentes de trânsito no Anel Rodoviário.

Anel

A restrição de horários deve começar a partir de fevereiro do próximo ano. Integrantes do grupo de estudos formado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a concessionária que administra o Anel, a Via 040, polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Guarda Municipal participaram da primeira reunião de trabalho na BHTrans, ontem.

Eles decidiram por uma audiência com diversos setores da sociedade, como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), sindicatos dos caminhoneiros e empresários, para que juntos possam definir o perfil dos veículos de carga que ficarão retidos, os horários de restrição, analisar os impactos e definir rotas de desvio.

“A audiência pública tem todo um rito jurídico para ser preparada, executada e ter resultados, o que deve acontecer em 90 dias. A restrição de horário deve começar ainda no primeiro trimestre do ano que vem”, informou o presidente da BHTrans, Célio Bouzada.

Este ano, 27 pessoas já perderam a vida em acidentes no Anel. No mesmo período do ano passado, foram 31 mortes. O trecho de restrição abrange a descida do bairro Betânia, que já foi palco de várias tragédias envolvendo veículos pesados, que perderam os freios ao trafegar em alta velocidade.

De acordo com o presidente da BHTrans, estatísticas apontam que o horário da tarde registra os maiores índices de acidentes graves.

O trecho da restrição será de oito quilômetros, do bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, à altura da Avenida Amazonas, no bairro Medre Gertrudes, região Oeste.

Planejamento

Segundo Bouzada, todo caminhoneiro sabe quando deve entregar a carga e tem programar o seu horário de saída do local de origem. “É do interesse dos postos de combustível os caminhoneiros parados no local, pois eles consomem e abastecem os seus veículos. Além disso, o próprio motorista estará ganhando, por estar evitando acidentes”, disse.

Inspeção

Enquanto a restrição não é adotada, outras ações serão adotadas de imediato para reduzir os acidentes no Anel, segundo o presidente da BHTrans. Uma delas é reforçar as inspeções em caminhões e carretas, para verificar as condições dos freios e de motor e garantir maior segurança.

“Já estamos identificando onde serão as nossas praças de fiscalização e de educação, para não precisar multar os motoristas”, disse Bouzada. Segundo ele, o município concedeu um reboque-pesado para atuar no Anel, conforme foi publicado na edição desta quarta-feira no Diário Oficial do Município (DOM).

“As inspeções de veículos pesados já são feitas pelos órgãos de segurança e serão reforçadas. A fiscalização será feita em locais fora do Anel, como em Sete Lagoas, no trevo de Ouro Preto e em outros locais que ofereçam condições de segurança”, adiantou o presidente da BHTrans.

Áreas de escape

Outras medidas serão discutidas pelo grupo de estudo, como áreas de escape, locais por onde os motoristas poderão sair fora da rodovia, caso o veículo venha a perder os freios na descida do Anel.

Segundo o presidente da BHTrans, a prefeitura assumiu o compromisso dessa e de outras obras de engenharia desse porte para o Plano de Emergência.

O diretor de operação da Concessionária Via 040, André Araújo, disse que a prefeitura pode fazer investimento no Anel por ser uma rodovia federal concessionada, desde que faça um projeto para ser apreciado pela ANTT. Segundo André, o Dnit vai participar das próximas reuniões do grupo de estudo.