G1

os trechos danificados da BR-101 localizados em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, causam transtornos para quem passa pelo local. Os buracos na pista trazem não somente o risco de acidentes, mas também ocasiona atrasos nas entregas feitas por caminhões, afetando, consequentemente, a paciência e a produtividade de quem trabalha no setor. (Veja vídeo)

“Do jeito que está é uma miséria. Se fosse na tranquilidade, eu fazia [o percurso de Prazeres, em Jaboatão, ao município de Goiana] em uma hora. Do jeito que vai, são três horas”, reclama o motorista Wiliams Oliveira.

Para o vice-presidente da Federação de Transportes de Cargas e Logística da Região do Nordeste (Fetracan), Nilson Sobrinho, o problema traz impactos negativos de maneira generalizada. “Não tem como não impactar o tempo na logística do transporte. Na década passada, um caminhão conseguia fazer quase 25 entregas por dia. Hoje, quando atinge o pico, são dez entregas diárias”, relata.

Com os buracos, tempo das viagens feitas por motoristas que trafegam na BR-101, em Jaboatão, aumentou (Foto: Reprodução/TV Globo)

Com os buracos, tempo das viagens feitas por motoristas que trafegam na BR-101, em Jaboatão, aumentou (Foto: Reprodução/TV Globo)

Ações emergenciais

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Transportes, foram iniciadas nesta quinta-feira (13), em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), serviços emergenciais de conservação da BR-101 no contorno do Recife. A ação recebeu investimentos de R$ 7 milhões.

Segundo o órgão, o trabalho de recuperação da via acontece nos pontos entre o bairro da Guabiraba, no Recife, e o município de Abreu e Lima; no Padre Cícero, na Zona Oeste do Recife, à fábrica da Coca-Cola; nas proximidades de Jaboatão dos Guararapes, e próximo à empresa Karne Keijo, no Barro, no Recife, até a Vila dos Milagres, ambos na Zona Sul da capital pernambucana.

Ainda de acordo com o DER-PE, a ordem de serviço para a execução do trabalho no contorno do Recife foi assinada. A empresa que venceu a licitação elabora os projetos básico e executivo da intervenção, que, ao todo, é contemplada com R$ 192 milhões.

Paliativos não resolvem

Mesmo com as ações para solucionar os problemas, em que o asfalto é colocado sob placas de concreto, o professor José Orlando Vieira Filho, da Universidade de Pernambuco (UPE), explica que o problema não deveria ser resolvido durante o inverno. “Esse plano de manutenção rodoviária deve ser feito preferencialmente no verão, porque os reparos perdem a aderência na presença da água”, explica.

Segundo o acadêmico, doutor em engenharia civil e urbana pela Universidade de São Paulo (USP), a maneira adequada de impedir a reabertura de buracos é o reparo de camadas inferiores da rodovia. “No caso de pavimentos onde a estrutura foi atingida, não adiantam reparos superficiais porque a rupura é mais embaixo. Essas operações para tapar os buracos adiantam muito pouco e duram algumas semanas, talvez, porque o reparo é superficial”, esclarece.