Principal impasse da categoria com o governo e setor privado é a definição da nova tabela de fretes, que terá julgamento no STF no dia 4 de setembro
Sem acordo sobre a tabela de fretes, caminhoneiros ameaçam nova greve caso o impasse com o governo e o setor privado não seja solucionado, pressionando ainda mais o já fragilizado governo de Jair Bolsonaro (PSL). Líderes da categoria afirmaram, segundo matéria desta terça-feira (27) do Painel, que vão esperar o julgamento da ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que discutirá a constitucionalidade da tabela, no dia 4 de setembro.
A definição sobre a tabela de fretes é o principal problema que a categoria discute atualmente com o governo, já que a anterior, publicada em julho, foi suspensa. Caso haja vitória em setembro, líderes do setor disseram que terão mais força para retomar as demais discussões.
O impasse se arrasta desde o dia 24 de julho, quando foram convocadas reuniões pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, com caminhoneiros de todos os setores, autônomos e sindicalistas. De acordo com os caminhoneiros, em entrevista ao Brasil de Fato, a categoria apresentou propostas para a fixação de preço mínimo para a tabela. Porém, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), que representa transportadoras, e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) se recusam a negociar o valor e pedem para que a tabela não seja vinculativa, ou seja, obrigatória, mas apenas uma referência para a negociação com o transportador autônomo.
A tabela de frete foi uma concessão do governo Michel Temer (MDB) aos caminhoneiros, quando estes estavam em greve, em maio de 2018. A medida prevê o pagamento de multa para os contratantes que desrespeitarem o preço estabelecido no documento.