A Tribuna

Enquanto a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e a construtora Cappellano definem as primeiras etapas da implantação da Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto de Santos, entre o Macuco e a Ponta da Praia, os caminhoneiros autônomos do cais santista seguem preocupados. Segundo eles, as vagas de estacionamento na zona portuária são insuficientes e uma nova área será sugerida à Autoridade Portuária para este fim.

Os caminhoneiros começaram a desocupar o terreno da antiga empresa de transportes Lloydbratti, na Avenida Mário Covas, nas proximidades do Canal 5, em novembro. Isto foi necessário porque a área, que havia sido cedida provisoriamente aos profissionais, será utilizada na obra da Perimetral. Lá, será construída uma das alças do viaduto que cruzará a via.

Em contrapartida, a Docas cedeu três locais para o estacionamento de caminhões, com 160 vagas no total. Uma das áreas repassadas aos caminhoneiros foi um terreno de 8 mil metros quadrados na Avenida Siqueira Campos (Canal 4), parte do antigo terminal da transportadora Mesquita.

Ainda foram disponibilizadas vagas de estacionamento na Avenida Mário Covas entre os armazéns 29 e 32, no Macuco, e em frente aos armazéns 6 e 11, na Avenida Xavier da Silveira, no Valongo. Mas, para os caminhoneiros, isto é insuficiente.

Na época, o diretor de Operações Logísticas da Codesp, Cleveland Sampaio Lofrano, afirmou que, além das áreas já oferecidas pela Docas, outros terrenos poderão ser avaliados para que se tornem pátios de estacionamento rotativo de caminhões. Por isso, o caminhoneiro José Carlos da Cruz, conhecido como Guaraná, pretende sugerir uma nova área para este fim.

Trata-se de um terreno que fica na Avenida Mário Covas, entre os canais 4 e 5. Ele é utilizado como depósito de contêineres da Libra Terminais. “Como a empresa vai ser beneficiada pelo viaduto e é preciso que os caminhões saiam para que o viaduto seja construído, é uma questão de bom senso”, afirmou.

Segundo o caminhoneiro, após um levantamento, foi identificada a necessidade de, pelo menos, 400 vagas de estacionamento. Este número seria suficiente para abrigar caminhões de profissionais que moram nos bairros Macuco, Ponta da Praia, Estuário e Aparecida.

“Sem essas vagas, vamos ter que estacionar no Gonzaga, no Canal 1 ou no Canal 2. Quando começar a obra, não vai ter jeito. Tem como resolver o problema, só falta vontade”, destacou o caminhoneiro.

Segundo ele, a sugestão de utilização do terreno da Libra Terminais será dada em uma reunião com a Docas. Questionado, o terminal informou que se trata de uma área particular da instalação portuária.

Perimetral

Com a ordem de serviço da obra assinada no mês passado pelo ministro dos Portos, Helder Barbalho, os trabalhos podem ser iniciados a qualquer momento. No entanto, segundo a Docas, os setores envolvidos no empreendimento ainda se reúnem para definir quais serão as primeiras etapas, quantas frentes de trabalho serão abertas e onde serão instalados os canteiros de obra.

A obra é dividida em três partes. A primeira é a construção dos viadutos (de entrada e de saída) e dos pontilhões ferroviários. Em seguida, está previsto o remanejamento de interferências e a revitalização da Avenida Mário Covas.

Já a terceira parte será a readequação da atual Avenida Ismael Coelho de Souza (dentro da área portuária) com a relocação dos ramais ferroviários. O viaduto de entrada parte do terreno antes ocupado pela empresa de transportes Lloydbratti, na pista sentido Ponta da Praia, da Avenida Mário Covas. Ele passará sobre o Pátio de Contêineres do Armazém XXXVI, até atingir o trecho atualmente ocupado pelo pátio ferroviário e pela Avenida Ismael Coelho de Souza.

O viaduto de saída segue contíguo ao de entrada, saindo da área interna do Porto e fazendo o desemboque na pista da Avenida Mário Covas, sentido Macuco.