G1

A chuva dos últimos dias tem provocado prejuízos em ao menos três estados: Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. São casas desmoronadas, pessoas desalojadas e desabrigadas, alagamentos e bloqueios de ruas e estradas, além de transbordamento de rios.

No Paraná, mais de 16 mil pessoas em 42 municípios foram atingidas pela chuva entre sábado (9) e terça-feira (12). Em São Paulo, 3 pessoas morreram esse fim de semana e a região de Campinas (SP) tem 12 cidades em estado de atenção devido ao acumulado de chuvas nos últimos três dias. Em Mato Grosso do Sul, famílias ilhadas estão perdendo 10.000 litros de leite por conta da chuva e mais de 67 mil seguem desabrigadas e desalojadas.

 

MATO GROSSO DO SUL
Já chega a 67 mil o número de pessoas desabrigadas e desalojadas por causa das fortes chuvas em sete municípios de Mato Grosso do Sul desde o começo do ano, segundo a assessoria da Defesa Civil. Em todo o estado, 25 municípios decretaram estado de emergência.

Só no município de Bela Vista, mais de 70 famílias ficaram desabrigadas depois de o nível do rio Apa subir e provocar enchentes em três bairros da cidade.

A Defesa Civil informou que já são 24 pontes danificadas no estado. Em relação às rodovias estaduais, quatro estão danificadas em Naviraí, três em Iguatemi, três em Aral Moreira e uma em Sete Quedas. Em Aral Moreira, 13 rodovias municipais foram estragadas. Já no município de Naviraí, quatro rodovias ficaram destruídas.

Cerca de 200 famílias também estão isoladas no assentamento Bela Manhã em Taquarussu, cidade a 318 km de Campo Grande. Segundo o prefeito do município, Roberto Tavares, cerca de 10 mil litros de leite foram perdidos pelos produtores do assentamento porque caminhões não conseguem chegar ao local.

Entre os rios em estado de alerta por causa da cheia estão o Rio Aquidauana, que subiu 4 centímetros na terça-feira e invadiu casas; o Rio Pardo, que atingiu 604 cm de cheia e o Rio Taquari, que preocupa a população ribeirinha de Coxim.

PARANÁ

Mais de 16 mil pessoas em 42 municípios do Paraná foram atingidas pela chuva entre sábado (9) e terça-feira (12). O último boletim da Defesa Civil foi divulgado às 18h desta quarta (13). No total, são 16.245 atingidos – sendo que 167 estão desabrigados, 1.897 desalojados, cinco pessoas estão feridas e uma está desaparecida.

A cidade com mais prejuízos é Jataizinho, no norte do estado, com 6,4 mil pessoas atingidas, 350 delas desalojadas e 50 desabrigadas.

Em Rolândia, o motorista de uma empresa de couro está desaparecido desde a noite de segunda-feira (11). Ele sumiu depois de ser levado por uma enxurrada enquanto dirigia um ônibus.

Cerca de 350 mil moradores de Maringá, o que equivale a 85% da população do município, estão sem água nesta quarta-feira. De acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), aestação de captação de água foi inundada após o nível do Rio Pirapó subir oito metros.

A Prefeitura de Londrina decretou situação de emergência, na terça-feira, por causa dos estragos. De acordo com a administração municipal, a coleta de lixo em toda a cidade foi suspensa, pois a Central de Tratamento de Resíduos está ilhada.

A chuva também causou estragos em diversos trechos de rodovias federais e estaduais. Por causa disso, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), determinou a estruturação de uma ação emergencial para recuperar os prejuízos.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PR), o prejuízo já passa de R$ 50 milhões em 22 pontos de rodovias estaduais. Além disso, há outros dez pontos problemáticos em rodovias federais concessionadas.

SÃO PAULO

Ponte que liga Bauru a Piratininga cedeu após forte chuva (Foto: Giuliano Tamura/TV TEM)
Ponte que liga Bauru a Piratininga cedeu após forte chuva (Foto: Giuliano Tamura/TV TEM)

As fortes chuvas que caíram na terça-feira e nesta madrugada fizeram o Rio Boa Esperança transbordar em Boa Esperança do Sul (SP) e a água invadiu um Posto de Saúde no Centro. Parte de uma ponte que liga a cidade a Trabiju caiu e foi interditada na manhã desta quarta-feira. Segundo o prefeito, o prejuízo pode chegar a R$ 1 milhão.

Em São Carlos, três árvores caíram na Avenida Grécia, na Vila Prado. Na Rodovia Deputado Vicente Botta (SP-215) houve um deslizamento de terra no km 130 em Descalvado onde um trator fazia a limpeza da via.

Em Matão, só nesta quarta-feira choveu 121 milímetros e, segundo a Defesa Civil, são pelo menos três pontos de alagamento na cidade. Por causa da chuva, a Polícia Rodoviária interditou quatro pontos da Rodovia Washington Luís, todos perto de Matão. O trânsito está congestionado no local.

A região de Campinas  tem 12 cidades em estado de atenção devido ao acumulado de chuvas nos últimos três dias, segundo a Coordenadoria Regional de Defesa Civil Campinas. As cidades em estado de atenção devido a risco de alagamentos são: Americana, Amparo, Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Louveira, Monte Mor, Paulínia, Socorro, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.

Americana é a que soma o maior volume de chuvas. Em milímetros, foram 119 nos últimos três dias. Na sequência estão Campinas (114,4 mm), Paulínia (103,6 mm) e Valinhos (102,4 mm).

Na cidade de Piracicaba, o Rio Piracicaba transbordou na noite de terça-feira e fez aparecer cardumes de peixes no meio do asfalto da Rua do Porto, o principal ponto turístico do município. A Defesa Civil esteve no local e fez a retirada de três famílias que moram em áreas atingidas pelas enchentes. Na manhã desta quarta, a profundidade estava em 5,83 metros, o que indica estado de emergência para mais alagamentos.

Em Jundiaí, sete casas foram interditadas pela Defesa Civil após a chuva desta terça-feira  Nos bairros Jardim Tamoio e Ivoturucaia, houve deslizamento de terra. Na cidade de Várzea Paulista, o muro de uma metalúrgica caiu no quintal de uma casa vizinha no Jardim Maria de Fátima e o imóvel foi interditado pela Defesa Civil.

Estradas de Sorocaba também registram problemas por causa da chuva. Um deslizamento de terra interditou o km 83 da rodovia Raposo Tavares sentido Alumínio (SP). De acordo com a Polícia Federal Rodoviária, nesta quarta-feira, o tráfego está normal e o local está sendo monitorado. Odeslizamento de um barranco também  interditou parte da rodovia Castello Branco na segunda-feira (11).

A chuva também derrubou pontes, arrastou carros e abreu crateras na região de Bauru. Na cidade de Tietê, oestádio José Ferreira Alves foi interditado após o temporal que atingiu a cidade na terça. O nível do Rio Tietê, que passa ao lado do campo de futebol, subiu tanto que deixou o campo alagado.

Na região de São José do Rio Preto, oCorpo de Bombeiros disse estar em estado de atenção por causa da chuva, que não para desde o fim de semana em cidades como Catanduva, Catiguá, Pindorama e São José do Rio Preto. O rio São Domingos, que corta Catanduva e outras cidades da região, está sendo monitorado porque transbordou em alguns pontos.

Em Teodoro Sampaio, a cheia do Rio Paranapanema provocada pelas chuvas que atingem o Oeste Paulista nos últimos dias alagou o Balneário Municipal.

Na ponte que liga Rosana à cidade de Diamante do Norte (PR), a Polícia Militar Ambiental afirmou que a água está quase alcançando a passagem de veículos na divisa entre os Estados de São Paulo e do Paraná e que, se as chuvas continuarem nos próximos dois dias, pode haver a interdição do local.

Na região de Ribeirão Preto, estrada vicinal Horácio Ramalho, que liga Taquaritinga a Santa Ernestina, foi interditada depois que um trecho ficou completamente alagado e impossibilitou a passagem de veículos. Alagamentos também ocorreram em avenidas e ruas de Bebedouro. Em Jaboticabal, a chuva causou a queda da marquise de uma construção no Centro da cidade.

No Vale do Ribeira, quedas de barreiras interditam a rodovia Padre Manoel da Nóbrega desde às 22h de terça-feira, no trecho entre Pedro de Toledo e Miracatu. A rodovia faz a ligação entre o litoral de São Paulo e o Paraná. Não há previsão de liberação da rodovia e há, segundo a Defesa Civil, grandes riscos de novos deslizamentos.

Na cidade de São Paulo, três pessoas morreram devido às chuvas do fim de semana na Zona Leste.