As seis mortes ocorridas no acidente envolvendo um ônibus fretado por turistas de Belo Horizonte que voltavam de um fim de semana no Rio de Janeiro, no domingo, chamaram a atenção para uma realidade preocupante para quem depende do transporte coletivo: a violência dos desastres vem aumentando, seja no ambiente rodoviário, seja no perímetro urbano.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, de janeiro a agosto do ano passado, Belo Horizonte registrou 5.016 acidentes com envolvimento de ônibus em geral (sistema público, particulares, escolares e de turismo), soma que no mesmo período deste ano caiu para 4.272. No entanto, os óbitos aumentaram de 21, em 2015, para 23, em 2016.

CREDITO: DIVULGACAO BOMBEIROS - ACIDENTE BR040
Seis pessoas morreram no último domingo em batida entre ônibus e carreta na BR-040, perto de Juiz de Fora (foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O mesmo movimento se verifica quando se considera o território mineiro como um todo, em vias urbanas e estradas. O total de desastres caiu de 12.256 (janeiro a agosto de 2015), para 10.855 (mesmo período de 2016), enquanto o número de pessoas que perderam a vida saltou de 88, no ano passado, para 115 (veja arte).

Para a assessora de comunicação organizacional do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária, tenente Grazielly Oliveira, a principal causa dos acidentes envolvendo ônibus nas estradas estaduais é o fator sono. “Em se tratando de viagens longas, deslocamentos maiores, o motorista de ônibus vai se acostumando com a rodovia, com o trajeto monótono, e acaba se rendendo ao sono e dormindo ao volante”, observa a militar.

Para ela, é preciso que haja revezamento de condutores, que devem estar descansados antes de pegar a estrada. A oficial lembra ainda outros fatores decisivos, como falta de manutenção dos veículos, principalmente dos freios e em relação aos pneus, ultrapassagens proibidas, imprudência de outros motoristas e outras formas de desrespeito às normas de trânsito.

Os passageiros, segundo a militar, também devem ficar atentos ao comportamento do motorista de ônibus. “De vez em quando, é bom se levantar e olhar se o motorista está em condições de dirigir, reclamar se ele estiver correndo muito ou fazendo ultrapassagens em locais proibidos. O passageiro deve denunciar, acionar a Polícia Militar pelo 190 ou a Polícia Rodoviária Federal, pelo 191. A gente aborda o veículo e verifica as condições do condutor”, orienta a tenente Grazielly.

A oficial da PM alerta ainda que veículos clandestinos costumam estar em péssimas condições de manutenção, muitas vezes sem condições de rodar. “É muito arriscado. Observamos casos de pneus lisos, freios quase inexistentes e falta de cintos de segurança. Antes de viajar, os passageiros devem pesquisar a legalidade das empresas de ônibus. É melhor pagar um pouquinho a mais e circular com segurança”, orienta.

Site EM