Uma pesquisa realizada pelo projeto Comandos de Saúde nas estradas de São Paulo, durante oito anos, mostra que quase 8% dos motoristas profissionais fazem uso de drogas enquanto dirigem, principalmente anfetaminas, como o rebite, maconha e cocaína.

A autora do estudo, Doutora Vilma Leyton, formada pela USP em toxicologia, diz que o número de usuários de drogas nas rodovias deveria ser menor, mas não concorda com o exame toxicológico obrigatório. Segundo ela, da forma que o exame é proposto, só traz lucro para os laboratórios, sem efetivamente ter impacto na segurança das estradas.

Além disso, a pesquisadora diz que o exame não é uma medida eficaz para a segurança no trânsito, e que não é feito dessa forma em nenhum lugar do mundo. “Não adianta nada você fazer o exame uma vez a cada cinco anos, e depois a pessoa continuar dirigindo”, completa a doutora.

A pesquisa, realizada com 4.110 caminhoneiros, indicou que, entre 2009 e 2016, a substância predominante foi a cocaína (3,6%), seguida da anfetamina (3,4%) e da maconha (1,6%). A pesquisa também diz o motivo do uso: A longa jornada de trabalho.

A conclusão do estudo diz que o uso de drogas não diminuiu por causa da obrigatoriedade do exame toxicológico, o que indica que são necessárias medidas preventivas para reduzir o uso de drogas. A pesquisadora também sugere um controle maior de fiscalização, também dentro das empresas que contratam os caminhoneiros.

A pesquisa coordenada pela Doutora Vilma Leyton foi feita com exames de urina dos caminhoneiros, que detecta o uso de substâncias ilícitas até alguns dias após o uso. O exame de urina é mais barato e ágil que o toxicológico por pelos ou cabelo, e também é mais barato.