Desde 2007, foram registrados mais de 250 mil acidentes em Minas Gerais, quase metade deles com vítimas

No acumulado de 12 anos, 13.060 vidas se perderam. No ano passado, a cada 100 acidentes com vítimas, 10 pessoas morreram. Desde 2007, foram registrados 250.140 acidentes em Minas Gerais, sendo quase metade deles (114.673) com vítimas. Somente em 2018, houve 69.206 sinistros, dos quais 53.963 tiveram vítimas e em praticamente 10% deles (5.269) elas perderam a vida.

Em 12 anos, o Brasil teve 1,7 milhão de acidentes nas rodovias federais, sendo 751,7 mil com vítimas e 88,7 mil mortes. O Brasil teve 82 acidentes com vítimas a cada 100 quilômetros em suas rodovias federais.

De acordo com relatório da CNT,  os números foram registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante 12 anos mostra que os acidentes nas rodovias brasileiras têm características diversas, com a presença predominante dos automóveis nas ocorrências com vítimas (feridas ou mortas). De 2007 a 2018, em 65,3% (493,9 mil) das 756,7 mil ocorrências com mortes ou feridos havia algum automóvel envolvido.

Em seguida, o veículo mais presente nos acidentes com vítimas nas rodovias federais é a motocicleta: 39,4% dos registros (298,5 mil ocorrências). Já o caminhão aparece em terceiro lugar. Eles estão presentes em 24,78% (187,5 mil) das ocorrências registradas no Brasil.

Ao analisar os números gerais nesse período de 2007 a 2018, as rodovias federais policiadas brasileiras registraram 1,7 milhão de acidentes (com e sem vítimas). Foram 16,4 ocorrências por hora; 393 por dia. Esses números podem ser ainda muito maiores, pois houve mudança na forma de registro.

Tecnologia

A partir de 2015, as ocorrências sem vítimas passaram a ser feitas diretamente pelos usuários (motoristas, passageiros e pedestres), por meio da declaração eletrônica de acidente de trânsito, na internet.

O documento substituiu o boletim que era elaborado pessoalmente pelos policiais rodoviários federais. Assim, parte considerável pode não ter sido registrada. Em relação às vidas perdidas em 12 anos, as 88,7 mil mortes em rodovias federais equivalem a 20 pessoas morrendo a cada dia.

As deficiências na infraestrutura rodoviária do Brasil contribuem para a insegurança. Há sérios problemas no pavimento, a sinalização apresenta falhas graves, e o traçado de muitas pistas também favorece esse cenário. Todos os anos, a Pesquisa CNT de Rodovias identifica pontos críticos nos trechos pavimentados, e muitos deles permanecem sem solução, reduzindo a segurança de motoristas e pedestres.

A presença desses pontos críticos (trechos com buracos grandes, pontes caídas, erosão) faz com que a gravidade dos acidentes aumente em 2,7 vezes. Nos locais onde esses pontos foram identificados, são 15,8 mortes por 100 acidentes, enquanto onde eles não existem, são 5,9.

Além desses problemas na qualidade das rodovias, quem trafega pelas estradas brasileiras sofre com uma limitada extensão pavimentada. Dos 1.720.700 km de extensão de rodovias no país, apenas 12,4% têm pavimento.

A taxa cresce 1% ao ano, enquanto a frota de veículos praticamente dobrou na última década. É baixa a oferta de infraestrutura e é grande o número de veículos em circulação, contribuindo, assim, para aumentar os riscos.

Os motoristas de caminhão, que têm as rodovias como o ambiente de trabalho, sofrem ainda mais as consequências de uma infraestrutura precária. O estudo da CNT mostra que, além desses problemas, outros fatores ligados à saúde e a características do trabalho do transporte de cargas também podem contribuir para as ocorrências.

Algumas medidas podem estimular a maior segurança, com foco na postura do profissional do transporte. Cuidar bem da saúde, planejar melhor a atividade, respeitar leis e normas são algumas delas.

Fonte: Jornal de Uberaba