A greve dos auditores fiscais da Receita Federal provoca filas de caminhões em Dionísio Cerqueira, no Oeste catarinense, e também do lado argentino. O trabalho não foi parado, mas a operação está mais lenta. Os produtos exportados e importados demoram mais para chegar, como mostrou o NSC Notícias desta quinta-feira (15).

greve auditores

Antes de entrarem no Brasil, os caminhoneiros ficam estacionados em um pátio na cidade argentina de Bernardo de Irigoyen, geralmente por dois a três dias. Porém, com a greve, esse tempo vem aumentando até que os caminhoneiros sejam chamados para a aduana de Dionísio Cerqueira.

As filas se formam do lado brasileiro também. Quando os caminhoneiros entram na aduana para entregar a documentação, o pátio com 137 lugares já está cheio.

Isso porque os cinco auditores fiscais da Receita Federal entraram em greve em 1º de novembro. São eles que fazem as conferências na carga dos caminhões que entram e saem com produtos pela fronteira. As operações não pararam, mas foram reduzidas para 30% da capacidade.

“Em tempos normais, já a própria estrutura da aduana é limitada, a estrutura que nós temos aqui. E ainda com a mobilização dificulta mais ainda, gerando mais filas e mais caminhões que ficam aguardando, causando esses transtornos”, afirmou o auditor fiscal Valter Solon Durigon.

Greve

Os fiscais acreditam que a movimentação tenha caído 15%. A greve é motivada por uma negociação de acordos da categoria com o governo federal, e que não entraram em vigor desde março do ano passado.

“A greve é por tempo indeterminado. Eu gostaria de ressaltar que nós fomos forçados a essa medida radical, que a gente sabe que causa muitos transtornos. Nós temos acompanhado pelo Brasil inteiro os transtornos nas aduanas e também na área de tributos internos com a paralisação das fiscalizações e, na parte de julgamento, dos julgamentos de processos administrativos”, afirmou o representante do Sindicato dos Fiscais da Fazenda do Estado de Santa Catarina (Sindifisco) Fernando Correa.