O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (31/07), que a Ferrovia Norte-Sul não é uma obra para empreiteiros, mas para empreendedores. Ele fez a afirmação em Anápolis (GO), durante a cerimônia de assinatura do contrato de concessão para o grupo Rumo do trecho da ferrovia que liga as cidades de Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP).

Empreendedores – “Essa obra aqui não é para empreiteiros, é para empreendedores. Vocês estão acreditando no Brasil”, disse Bolsonaro, referindo-se ao fato de que a concessão não foi feita a uma construtora, mas a um grupo com interesse na operação da própria ferrovia. “E a maior prova de que o Brasil pode dar certo é a confiança entre nós”.

Maior operadora – Ligada ao grupo Cosan, a Rumo é a maior operadora de ferrovias do país. Com a Norte-Sul, a empresa passará a operar 14 mil km de ferrovias nos Estados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Sua base de ativos é formada por mais de mil locomotivas e 28 mil vagões.

Trechos – A Rumo arrematou em maio os trechos central e sul da ferrovia Norte-Sul. A empresa pagou R$ 2,7 milhões para operar cerca de 1.537 km de ferrovias por 30 anos. O trajeto concedido se conectará a outras ferrovias já operadas pela empresa, que cortam o Estado de São Paulo até o Porto de Santos.

Operação – A expectativa da concessionária é que a ferrovia comece a operar até o fim do ano. Antes disso, será necessário concluir o tramo sul, que interliga Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Segundo a empresa, 95% das obras estão concluídas. Pelas regras contratuais, a Rumo tem até o fim de 2021 para concluir as obras e iniciar as operações.

Nova direção – Rubens Ometto, presidente do conselho de administração dos grupos Cosan e Rumo, discursou no evento elogiando o governo Bolsonaro. “Essa nova direção, com menos Estado, menos burocracia, menos obstáculos a quem produz, está inaugurando uma nova era no Brasil”, disse. “Essa mudança permite que nós empreendedores sejamos a locomotiva do desenvolvimento do Brasil e não meros vagões da máquina do Estado.”

Valorização – Segundo Ometto, “a Norte-Sul vai valorizar as terras de quem tem fazendas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, e vai expandir as fronteiras do país”. “Vamos completar em poucos meses o que falta da Norte-Sul, que começou a ser construída há mais de três décadas”, prometeu. “Este trecho vai ser construído por quem tem interesse em atender o cliente, e não em ganhar dinheiro na obra.”

Interligação – Também presente, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, lembrou que a obra foi primeiro pensada durante o reinado de Dom Pedro II e iniciada durante o governo José Sarney, há 30 anos. “Essa é a ferrovia que vai interligar o Brasil. Vai ser a grande espinha dorsal ferroviária. É o início de uma mudança, de uma transformação que vai atingir o nosso setor de transportes”, disse o ministro. “Nós vamos mudar a matriz de transporte brasileira. Essa ferrovia se agrega a outros tantos empreendimentos que estão em curso dentro de uma estratégia ferroviária muito sólida, muito pensada.” (Valor Econômico)