Ministério e governo do Paraná discutem repasse de estradas federais

G1

O governo federal pretende repassar 945 quilômetros de rodovias para a administração estadual doParaná. O assunto foi debatido em uma reunião entre as partes, mas o governo do estado se mostrou contrário à proposta.

A intenção de repassar os trechos de rodovias federais para o Paraná é baseada em uma Medida Provisória, mas o governo do estado diz que na prática o acordo é inviável. Segundo o Secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, a estimativa é de que o custo anual para manutenção dos trechos é de R$ 200 milhões.

“Se vier isso a acontecer, os 945, daqui a pouco o estado do Paraná não teria mais rodovias federais. O pouco que teria é o que já está no anel de integração. Então você está também exonerando completamente o governo federal, e mais uma vez o Paraná, no nosso entendimento, estaria sendo prejudicado”, afirmou o secretário.

Na reunião, o governo apresentou uma contraproposta que deve ser analisada pelo Ministério dos Transportes. Pela proposta, dos 945 quilômetros que o governo federal quer repassar, o Paraná receberia 248 nas regiões de Cascavel, Campo Mourão e Laranjeiras do Sul. Estes trechos não fazem parte do anel de integração, onde é cobrado o pedágio.

Cobrança irregular
Além da divisão de rodovias, o encontro serviu para que o Ministério cobrasse do governador Beto Richa (PSDB) sobre a cobrança de pedágio de caminhões com eixo suspenso – o que é contrário a uma lei federal. O ministro Luciano Castro afirmou que o Paraná está descumprindo a lei.

“Nós discutimos com o governador essa questão porque é preciso que haja uma justificativa plausível para cobrar essa questão do eixo suspenso, contrariando a lei federal”, disse o ministro.

O governo do Paraná informou que está realizando um levantamento para entregar ao Ministério, e que a isenção na cobrança da tarifa poderia provocar um aumento no preço do pedágio.

“Isso iria acarretar num aumento de preço da tarifa, então tem que se analisar bem essa questão. A agência está providenciando esses documentos para entregar para o governo federal”, explicou Richa Filho.