A Polícia Civil cumpriu 22 mandados judiciais, sendo 10 de prisão e outros 12 de busca e apreensão, contra traficantes de drogas responsáveis pela venda de cocaína para motoristas de ônibus e caminhoneiros em Curitiba e Região Metropolitana, nesta quarta-feira (24).
Os mandados foram cumpridos por 50 policiais da Divisão de Narcóticos (Denarc) e guardas municipais de São José dos Pinhais. Houve, também, o apoio do GOA, o Grupamento de Operações Aéreas da Polícia Civil.
De acordo com a Denarc, a operação, batizada de Têmis, é resultado de uma investigação que já durava cinco meses. Os policiais apuraram a existência de um grupo que vendia cocaína para motoristas de caminhão e ônibus por meio de uma linha telefônica 24h, uma espécie de “disk drogas”. Segundo os investigadores, as entregas eram feitas em postos de combustíveis e também em acostamentos de rodovias. Os lucros diários do grupo chegavam a R$ 10 mil.
“Aplicamos todas as técnicas policiais possíveis para desarticular essa quadrilha, provando mais uma vez que ao combater o tráfico de drogas, nós estamos combatendo crimes patrimoniais (furtos, roubos e receptação) e crimes contra a vida, além de manter a paz nas estradas”, afirmou o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita. O secretário defendeu ainda a necessidade de aplicação de um narcoteste a motoristas profissionais nas estradas.
Segundo a polícia, o chefe do grupo é Oneias Krupnitski, conhecido como “Escobar”, que comandava as ações do grupo de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). Ele cumpre prisão acusado de dois homicídios e tráfico de drogas.
A namorada de Escobar, Mariane de Freitas Dubiela, de 20 anos, estudante universitária, era a responsável por executar as ordens do tráfico nas ruas. Parte do lucro foi utilizado para custear as obras de construção da residência do casal. Ela foi presa em casa.
Além da estudante, o Denarc também prendeu Sidnei Alexandre, de 29 anos, vulgo “Sidão” ou “Neguinho”, apontado como braço direto de Escobar e gerente da quadrilha. Recentemente, “Sidão” encontrou uma outra forma de vender cocaína. Ele abriu uma casa de prostituição em São José dos Pinhais – que foi alvo de busca pelos policiais da Denarc. Além de tráfico de drogas e organização criminosa, ele também responderá pelo crime de lavagem de dinheiro e favorecimento à prostituição.
A polícia alega ter identificado pelo menos 80 motoristas que eram clientes do grupo e solicitou à Justiça a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de 10 caminhoneiros. Ainda não há manifestação da Justiça. “Pedimos os bloqueios das CNH pelo risco que os caminhoneiros expõem outros motoristas ao trafegar sob efeito de cocaína pelas estradas do país”, disse a delegada-adjunta da Denarc Camila Cecconello, responsável pela investigação.
Nove mandados de prisão foram cumpridos e uma pessoa segue foragida. Eles vão responder por crimes de tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. Também foram apreendidos dois quilos de cocaína; 7 armas de fogo; 100 munições de vários calibres; cinco balanças de precisão; 8 carros e R$ 100 mil.
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