G1
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu 12 pessoas durante a megaoperação “Luxo Alto” nesta quinta-feira (14), contra um grupo investigado por roubar caminhonete e caminhões com cargas consideradas de altos valores, como bebidas alcoólicas, caixas de leite e de alho. Também foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. Um suspeito está foragido.
Segundo a Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), os crimes costumavam ocorrer na BR-020, próximo a Correntina, na Bahia. As vítimas eram abordadas enquanto dirigiam os veículos e acabavam rendidas, levadas a um carro de apoio, enquanto um dos criminosos assumia a direção do veículo roubado.
Em seguida, as vítimas eram mantidas em uma região de mato isolada sob a guarda de um criminoso, enquanto os caminhões eram levados a uma chácara em Planaltina, no DF. Logo depois, um dos criminosos voltava ao ponto do sequestro e resgatava o comparsa.
De acordo com as investigações, as cargas de alto valor eram em seguida revendidas a preços abaixo do mercado para pessoas que já participavam do esquema: comerciantes ou intermediários que negociavam com outros comerciantes do DF e de Goiás.
Um dos chefes do esquema foi preso no Aeroporto de Brasília. Com o grupo, foram encontradas quatro armas e bloqueadores de sinal para impedir o rastreamento dos caminhões.
Os preoss vão responder por participação em organização criminosa, roubo circunstanciado, receptação, adulteração de sinal e posse ilegal de arma de fogo. Os suspeitos podem pegar até dez anos de prisão.
Fraude
O esquema de roubo dava margem em seguida para outro esquema de adulteração, aponta a Polícia Civil. Segundo a corporação, existem diversos caminhões cadastrados em nome dos criminosos ou de pessoas ligadas a eles.
“Tais cadastros eram realizados de maneira fraudulenta no sistema nacional de cadastro de automóveis, nas bases nacional e locais dos estados da federação”, informa a polícia.
“Um dos esquemas para fraude no cadastro se dava com caminhões de mesma marca e modelo de caminhões da frota do Exército Brasileiro, que não possuem placas vinculadas no registro da base nacional, somente o registro do chassi.”
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Caminhão roubado na BR-020 pelo grupo (Foto: TV Globo/Reprodução)
Os criminosos regravavam o número de identificação do veículo de um caminhão roubado ou furtado cadastrado para um caminhão do Exército. Então era feita uma placa que ficava vinculada a ele.
“Eram em seguida realizadas diversas transferências nos Detrans de diferentes estados, tais como Pará, Bahia e Goiás, até que, por fim, serem transferidos e cadastrados no nome dos próprios criminosos ou a pessoas a eles relacionadas.”
om isso, os caminhões podiam circular livremente sem qualquer restrição. Inclusive, faziam o transporte de cargas roubadas pelo grupo, que eram entregues aos compradores participantes do esquema criminoso.
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