RIO – Um legado polêmico: a restrição à circulação de caminhões nas ruas da cidade, que ficou mais rigorosa desde 19 de julho, por causa dos Jogos, não terá refresco, mesmo após o fim da Paralimpíada, no dia 18 de setembro. Um decreto publicado ontem no Diário Oficial do Município proíbe a entrada e circulação de veículos de carga entre 6h e 20h, nos dias úteis, em 26 ruas e avenidas do eixo Centro-Zona Sul. A determinação vale também para 29 vias nas zonas Norte e Oeste, nos horários de 6 às 11h e das 17h às 20h, além das vias expressas. As novas regras, que na prática prolongam as restrições adotadas durante as competições, prometem afetar o cotidiano de transportadoras, comerciantes e caminhoneiros. A decisão irritou representantes da classe que, há quase dois meses, tiveram que alterar suas operações de entrega.
Na Avenida Brasil, no trecho compreendido entre as avenidas Francisco Bicalho e Martin Luther King Jr, a circulação de caminhões está proibida de 6h às 10h e das 19h às 20h, também nos dias úteis. Na Linha Amarela, a circulação de veículos pesados está restrita entre 6h e 11h e de 17h às 20h. As novas regras pegaram de surpresa o presidente da Federação de Transportes de Cargas do Rio (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi. Ele teme que a rotina do Porto do Rio, por exemplo, seja gravemente afetada.
— Fui surpreendido. Entendo que a prefeitura não deveria ter feito isso sem antes conversar conosco. A Avenida Brasil é fundamental para a operação portuária. Temos que entender o que está sendo feito para que o transporte através do nosso porto não seja prejudicado — alertou Rebuzzi, que também é presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transporte da Associação Comercial do Rio (ACRJ).
CAMINHONETES PODEM CIRCULAR
Ao contrário do decreto do período olímpico, as restrições na Avenida Brasil ocorrem apenas entre o Caju e Parada de Lucas. Antes, a proibição era até Realengo, na Zona Oeste, o que gerou uma enxurrada de críticas, principalmente por parte de caminhoneiros que fazem o transporte de cargas a partir da Central de Abastecimento do Estado (Ceasa).
— Lá, nosso maior problema é na parte da manhã porque todos os caminhões são obrigados a esperar o horário permitido para voltarem aos seus destinos. Ou seja, o engarrafamento que não se via na Avenida Brasil está dentro da Ceasa. Sem contar os prejuízos que tivemos, pois muitas vezes o caminhoneiro não conseguia fazer todas as entregas do dia devido ao horário — relatou o presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio, Waldir Lemos.
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