O primeiro leilão de rodovias do governo Jair Bolsonaro está marcado para o dia 18 de setembro. A data para a oferta da BR-364/365, entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG), foi anunciada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, após encontro com investidores ibéricos na embaixada da Espanha em Brasília.

Sinal verde – De acordo com o ministro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve dar sinal verde nesta terça-feira (04/06), em reunião de sua diretoria colegiada, o edital da BR-364/365. Se a aprovação for confirmada, o documento já seria publicado nesta quarta-feira (05/06) mesmo.

Aposta – A concessão do trecho, com 437 km de extensão, é uma aposta para melhorar as condições de escoamento da produção agroindustrial do sudeste goiano e do Triângulo Mineiro. O governo calcula em R$ 4,7 bilhões os investimentos ao longo dos 30 anos de contrato.

Valor máximo – Freitas não soube informar o valor da tarifa máxima de pedágio da BR-364/365. Ganha a disputa quem oferecer o maior desconto, ou seja, a menor tarifa para os usuários. “Caminhamos em termos de amadurecimento”, afirmou o ministro, referindo-se às tratativas com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a regulação de rodovias federais.

Disposição – O embaixador da Espanha Fernando García Casas afirmou que vê disposição das empresas de seu país para participar da concorrência. Na década passada, grupos como OHL (depois Arteris) e Acciona ganharam vários leilões no setor, mas depois acabaram se concentrando apenas em ativos licitados por governos estaduais – como o de São Paulo.

Investimentos – Segundo informações da embaixada, os investimentos de companhias espanholas acumulados no Brasil já superam € 41 bilhões. Grupos como Ferrovial, CAF, FCC, Santander e Repsol estiveram na reunião com Freitas.

Interesse – Santiago Yus, representante da operadora aeroportuária Aena, deixou claro que a empresa tem interesse em mais ativos que o governo brasileiro pretende oferecer. “Observamos os próximos leilões com bons olhos”, comentou. Em março, a Aena arrematou o bloco de seis aeroportos que tem Recife como âncora. Os demais são João Pessoa, Maceió, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte. A previsão é assinar o contrato de concessão em setembro, segundo o executivo.

Operação – Com 51% de capital estatal, a Aena opera os aeroportos da Espanha e tem ativos no México, Colômbia, Jamaica e Londres (Luton). (Valor Econômico)