A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu uma quadrilha que agia no DF e Entorno roubando, receptando e adulterando caminhões. A operação realizada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. Um caminhão adulterado foi apreendido em São Gabriel (GO) e outros quatro foram encontrados na casa de um dos suspeitos, Ronald Alessandro da Silva, também conhecido como Patada, em Planaltina, além de diversas ferramentas usadas na falsificação dos veículos.
Além do Patada, foram presos Jaime Ademar Brunel, Darlan Ribeiro dos Santos, Genival Sombreira dos Santos, Francione Conceição Beserra, Franceilson de Uma Souza e José Juarez de Oliveira. Ronald “Pancada”, ou Rônei, foi apontado como líder do grupo e, segundo o delegado que investiga o caso, Eduardo Alan de Castro, é o maior adulterador de veículos no DF e Entorno. “A gente estima que ele tenha adulterado ao menos 20 caminhões. Ainda vamos apurar o destino final (dos caminhões roubados). As pessoas que compraram podem ser responsabilizadas e presas em flagrante pelo crime de receptação de veículo produto de crime”, explicou Eduardo.
A polícia informou que no momento em que os oficiais chegaram à casa de Darlan, em Sobradinho, com o mandado de prisão, ele fugiu para a casa vizinha e ameaçou fazer a proprietária da residência de refém. Foi necessária a ação da Divisão de Operações Aéreas e Divisão de Operações Especiais para conter o suspeito. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Valparaíso (GO), Novo Gama, Sobradinho e São Gabriel (GO).
Ao menos oito pessoas fazem parte da quadrilha, mas apenas sete foram presas e vão responder pelo crime de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e restrição da liberdade. A pena varia de quatro a dez anos de reclusão. Segundo a polícia, a quadrilha deve ser considerada perigosa. “Não há ninguém foragido. Todos os presos já tinham diversas passagens na polícia”, enfatizou o delegado.
Segundo ele, nenhum caminhão era desmanchado, apenas adulterado e vendido. O custo para cada adulteração está em torno de R$ 3 mil. Apenas os crimes de adulteração e roubo foram alvo da operação, mas a polícia continuará as investigações a respeito da receptação e posse da carga.
Alto Luxo
O delegado disse que a operação de hoje é um desdobramento da Operação Alto Luxo, feita em novembro do ano passado, quando treze pessoas foram presas pelo mesmo crime. Na época, o grupo roubou um caminhão em Valparaíso (GO) e manteve a vítima presa em cativeiro por oito horas, até que o veículo fosse entregue na cidade de São Gabriel (GO), a cerca de 93 km de Brasília.
Eduardo explicou que a quadrilha escolhia os caminhões que queriam e a partir daí monitoravam as rotas do veículo e o próprio motorista. “Havia um responsável pela abordagem ao caminhoneiro, normalmente com arma de fogo. Daí, ele era levado ao cativeiro e mantido até que o veículo chegasse ao destino final”, detalhou Eduardo.