Quem trafega pela Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) hoje talvez não faça ideia que há 40 anos cerca de 12 mil pessoas trabalharam na construção dessa rodovia, que é um dos marcos da engenharia rodoviária brasileira. A obra foi realizada pelo Dersa (Desenvolvimento Rodoviário) em tempo recorde: 26 meses, de agosto de 1976 a outubro de 1978.
Concebida a partir do moderno conceito de autoestrada, com geometria, ângulo de curvas e traçado que favorecem o tráfego de longa distância com conforto, fluidez e segurança, a Bandeirantes liga São Paulo ao interior do Estado, passando por Jundiaí, Campinas e também o Aeroporto de Viracopos.
Há exatos 40 anos – no dia 28 de outubro de 1978 – cerca de 5 mil pessoas participaram da cerimônia de inauguração, realizada em Jundiaí, na altura do km 49, no entroncamento com a Via Anhanguera (SP-348), até então, única ligação duplicada entre São Paulo e Campinas. No local, um monumento marca até hoje o evento, que contou com a participação de autoridades da época, como o presidente Ernesto Geisel, o governador Paulo Egydio Martins e diversos prefeitos.
Nestes 40 anos, a rodovia é motivo de orgulho para boa parte dos jundiaienses. O entroncamento com a Anhanguera – marcado pelos seus sete viadutos – é um dos cartões postais da cidade e sempre lembrado por aqueles que moram na cidade.
Desde 1º de maio de 1998, a rodovia é administrada pela CCR AutoBAn, dentro do 1º lote do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado de São Paulo. Nestes 20 anos, já foram investidos cerca de R$ 3 bilhões em obras e melhorias. Atualmente, cerca de 500 mil viagens são realizadas diariamente na rodovia. Nos últimos sete anos (2012 a 2018) a rodovia tem sido classificada como a melhor do país, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
História
A construção da Rodovia dos Bandeirantes foi motivada pelo crescimento econômico e populacional do interior do estado a partir da década de 1960. Estudos realizados na época apontavam que a Anhanguera ficaria saturada até o final da década de 1970 e, por isso, a urgência para a construção de uma nova rodovia paralela, na ocasião chamada de Via Norte.
Com canteiro central largo – que mais tarde permitiu a ampliação da rodovia no trecho entre São Paulo e Jundiaí – a nova rodovia foi desenvolvida e planejada com o objetivo de ligar São Paulo a Campinas – e o Aeroporto de Viracopos – em até uma hora, permitindo acessos apenas a rodovias, favorecendo o tráfego de longa distância, o que aumenta o conforto dos usuários.
Durante a construção, destaca-se o envolvimento de milhares de pessoas, entre engenheiros e operários, além da movimentação de 1,1 milhão de metros cúbicos de solo brejoso e de 47,2 milhões de metros de terraplenagem. Foram construídas 112 obras de arte, o equivalente a praticamente 9,5 quilômetros de pontes e viadutos.
A Rodovia dos Bandeirantes nasceu com cerca de 90 quilômetros de extensão, ligando São Paulo a Campinas. Tinha, na época, 4 postos de serviço, duas bases da Polícia Militar Rodoviária, 34 placas de sinalização aérea, 679 placas de sinalização vertical, 40 pórticos e semipórticos, e 6 call boxes, até então novidade – e nenhuma câmera de monitoramento de tráfego.
Nos últimos 20 anos, a partir da gestão da CCR AutoBAn, ganhou obras e investimentos que permitiram o seu prolongamento em 78 quilômetros, de Campinas até Cordeirópolis (2001), além da construção da quarta (2006) e quinta faixas (2014) entre São Paulo e Jundiaí, recuperação do pavimento com utilização de asfalto ecológico com borracha (2012) e a entrega recentemente de trechos com faixas adicionais entre Jundiaí e Campinas.
Do ponto de vista tecnológico, foram instalados quase 160 quilômetros de fibra óptica, interligando os 283 telefones de emergência (disponíveis a cada quilômetro), 53 câmeras de monitoramento de tráfego, 14 painéis eletrônicos de mensagem, sistemas analisadores de tráfego, estações ambientais, entre outros.
Hoje, a Bandeirantes conta ainda com cerca de 2.800 placas de sinalização vertical, 302 placas de sinalização aérea, 80 semipórticos e 14 painéis de mensagem variável, entre outras estruturas, além de 190 mil metros quadrados de sinalização horizontal e quase 113 mil tachas refletivas (olho de gato). “A rodovia já nasceu moderna e ao longo dos últimos 20 anos trabalhamos para mantê-la adequada aos mais exigentes padrões tecnológicos e de engenharia”, destaca Guilherme Baldassari, gestor de Engenharia Rodoviária da AutoBAn.
Para garantir conforto aos usuários, cerca de 500 pessoas trabalham diariamente na rodovia. “Mantemos uma estrutura completa com guinchos leves e pesados, serviço de Atendimento pré-hospitalar (resgate), serviço de atendimento telefônico e monitoramento 24 horas, entre outros”, explica Fabiano Adami, gestor de interação com o cliente da concessionária.