Mais de um ano após instituição da medida, aumento de custo tem sido repassado para o consumidor final e preços subiram em média 5%, diz pesquisa.

A tabela do frete, adotada no governo Temer para dar fim à greve dos caminhoneiros, fez o custo médio do transporte de carga subir, em média, 11%, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O número compara os valores apurados em agosto deste ano com os praticados antes de a medida entrar em vigor.

Esse aumento de custo tem sido repassado ao consumidor final pelas empresas, que reportaram reajuste médio de 5% nos preços de seus produtos, mostra a pesquisa.

O levantamento ouviu 685 empresas. O salto médio do custo do frete rodoviário ficou próximo do verificado em agosto do ano passado, de 12%.

A CNI destaca, porém, que há grande diferença nos valores divulgados pelas empresas, provavelmente decorrente das distâncias contratados, do tipo de produto transportado e da necessidade de pagamento de frete de retorno.

Enquanto 18% das companhias disseram que o preço do frete se manteve inalterado com a tabela, 47% comunicaram altas de até 15%, e 24% apontaram aumentos superiores a 15%.

Frota própria

A instituição dos preços mínimos provocou ainda o aumento da formação de frota própria pelas empresas, indica a pesquisa.

A variação líquida – percentual de empresas que aumentaram o uso, menos o das empresas que diminuíram – para o uso de caminhões próprios ficou em 15 pontos percentuais.

Segundo o estudo, cresceu também a contratação transportadoras (2 pontos percentuais), mas caiu o uso de cooperativas de caminhoneiros (-4 pontos percentuais), e de caminhoneiros autônomos (-9 pontos percentuais).

A frota própria é o segundo tipo de transporte mais usado pelas empresas – 28% delas disseram usar sempre ou quase sempre. O primeiro são as transportadoras (77%).

Outros tipos de transporte

Mais de um ano após a instituição da tabela do frete, 74% das empresas não aumentou ou passou a usar outros modais que não o rodoviário. Segundo a CNI, isso reflete e dificuldade das companhias em função da dependência desse tipo de transporte.

Outras 15% optaram por começar a usar ou ampliar o transporte de carga por cabotagem, 3% por ferrovias, e 1% por hidrovias.