Trabalhadores em Transporte lançam Frente Parlamentar e aprovam: “Dia 14 é Greve Geral”

Aos gritos de “Greve Geral”, foi lançada nesta quarta-feira, 5, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista dos Trabalhadores em Transportes.

Durante o ato, que contou com centenas de trabalhadores do setor, dirigentes de sindicatos e das centrais sindicais, os representantes da categoria conclamaram a Greve Geral convocada para o próximo dia 14 de junho.

A Frente foi convocada pelo Deputado Federal Valdevan Noventa (PSC-SE), líder dos condutores de São Paulo, que também coordenou os trabalho.

“Desde que assumi meu mandato nesta casa legislativa, não identifiquei nenhum parlamentar 100% comprometido com nosso segmento profissional. Informo aos senhores que esse triste retrato está velho, ficou no passado. Meu gabinete está à disposição dos trabalhadores do transporte. Dedicarei todos meus esforços parlamentares para bem representá-los, de modo a assegurar respeito e apoio aos anseios de nossas categorias no Congresso Nacional”, afirmou o deputado.

O objetivo da Frente é discutir amplamente as demandas dos trabalhadores do setor, responsável por cinco milhões de empregos assalariados, autônomos e informais, entre motoristas e setores de apoio, que trabalham no transporte aéreo, marítimo, rodoviário e metroviário, de carga e de passageiros, urbano e rural.

Segundo manifesto distribuído pelos trabalhadores durante a plenária, entre as pautas do setor está a melhoria das condições de trabalho, “a falta de segurança, precarização do trabalho via terceirização e a exposição permanente a riscos físicos, químicos, psicológicos, ergonômicos e acidentes de trabalho”.

Além disso, a frente tem o objetivo de construir mais um mecanismo de resistência contra a política de Bolsonaro, combatendo a reforma da Previdência e a retirada de direitos, afirmam os dirigentes.

“Nós vamos mostrar a esse governo que não pode colocar as patas nos direitos fundamentais dos trabalhadores. Dia 14 será o recado, será o caminho para nós derrotarmos essa reforma da Previdência”, afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres – CNTTT, Jaime Bueno de Aguiar, “o governo está sucateando as entidades sindicais para retirar direitos sem reação social organizada. Essa criminosa ‘reforma’ da Previdência não traz perspectivas de dignidade para milhões de trabalhadores brasileiros, sem tirar os que estarão condenados a não se aposentar. Nós, trabalhadores, temos que assumir espaços de poder, elegendo legítimos representantes. O cenário político desfavorável que vivemos serve de alerta para não repetirmos tamanho erro nas próximas eleições. Seguro desse amadurecimento, convoco todos os brasileiros a reforçar as trincheiras de proteção aos direitos da classe trabalhadora, ao nosso sistema público de Previdência e à nossa jovem democracia”, reforçou o dirigente.

Ubiraci Dantas, presidente da CGTB, reafirmou: “Essa reforma da Previdência não tem nada que preste. A idade mínima que eles querem colocar é para se aposentar depois da morte. É um governo que mente descaradamente, corta 30% da educação, destrói as universidades. Está faltando até luz nas universidades. Estão destruindo a Petrobrás. Hoje são 28 milhões de trabalhadores sem emprego ou no subemprego. Querem acabar com SUS. Tudo isso para passar mais dinheiro aos bancos. A capitalização é isso. Por isso não tenhamos dúvida que vamos parar geral no dia 14. Quem trabalha, quem carrega o país nas costas, vai parar no dia 14”, completou Bira entoando a palavra de ordem “Se o povo se unir, Bolsonaro vai cair”, acompanhando pelo plenário lotado.   

Miguel Torres, presidente da Foça Sindical; Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Fernando Ferreira Anunciação, vice-presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST); Luiz Carlos Pratas, o Mancha, integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, entre outras lideranças sindicais também estiveram presentes no ato.